sexta-feira, 5 de junho de 2009

projeto Eco Várzea

texto 02 - Rio Jundiaí e os córregos da cidade

“Em 1965, encontrou-se uma região de várzea campesina* com um rio de águas cristalinas, que brilhavam à luz do sol, próximo às suas margens várias olarias em funcionamento, uma fábrica e uma estação de trem(...)”


Pois é, isso de fato aconteceu a região de “várzea campesina” era nossa Várzea Paulista, que na época era um distrito de Jundiaí chamado Secundino Veiga, as olarias eram mais de 60 em franco desenvolvimento, a “fábrica” hoje é a Elekeiroz, a estação ainda está aí e o “rio de águas cristalinas, que brilhavam à luz do sol” por mais incrível que pareça é o tão poluído rio Jundiaí.
Para quem não sabe o rio Jundiaí, nasce na cidade de Mairiporã, vem limpo, ou quase limpo, até a Campo Limpo, onde recebe como presente de boas vindas, esgoto porém tem o privilégio de recebê-lo com uma carga de poluição pequena, sendo utilizado inclusive para o abastecimento, depois as coisas pioram, o rio ao chegar em Várzea Paulista, é recebido com mais esgoto e em proporções ainda maiores, haja vista que aqui moram quase 35 mil famílias e somando quase 120 mil habitantes.
Um verdadeiro crime ambiental, que é amenizado em Jundiaí com a estação de tratamento de esgoto, e segue até chegar no município de Salto quando se une ao grande rio Tietê. Como percebemos o rio Jundiaí tem um trajeto longo (de 123km e 7 cidades) desde sua nascente em Mairiporã até a cidade de Salto, próximo de Itu.
Porém nada está perdido, a Sabesp (Companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo), está para inaugurar semana que vem o início de uma obra de mais de 120 milhões de reais, a tão sonhada e já bem atrasadinha Estação de Tratamento de Esgoto nas divisas de Várzea com Campo Limpo, o que vai melhorar muito a vida do rio Jundiaí, que por tantos anos recebe esgotos “in natura”** destas cidades. É interessante ressaltar que a despoluição deste rio é tão importante que afeta na vida das pessoas, seja na utilização de suas águas para o abastecimento, seja para o equilíbrio natural e até para ajudar na despoluição do rio Tietê (o rio que corta o Estado de São Paulo de ponta a ponta).

Córregos de nossa cidade;
Os córregos de Várzea Paulista não estão muito diferentes do rio Jundiaí, segundo a secretaria de obras, no setor de Meio Ambiente, existem na cidade cerca de 30 nascentes,que formam os córregos da cidade. Os principais córregos são; córrego Pinheirinho, Mursa, Tanabi, Pequeri, Ilha Bela, Promeca, Bertioga,Invernada, Elekeiroz, Japonês e Tanque Velho.
Destes, um dos, senão o mais problemático é o córrego Bertioga que começa na região do Jardim Bertioga e Vila Popular e segue cortando vários bairros como Jardim Continente e Jardim Itália, cruzando por baixo da Avenida Fernão Dias chegando enfim ao rio Jundiaí.
Em época de estiagem os córregos da cidade assim como o córrego Bertioga, tornam-se praticamente; canais de esgoto a céu aberto. Mas como vimos a pouco na mídia, além dos córregos de Várzea Paulista estarem poluídos, tem o problema da contenção das margens que em épocas de chuva desmoronam, causando erosões, e inclusive levando consigo ruas inteiras, como aconteceu 3 vezes com a Avenida Pequeri em menos de 5 anos. E também na Avenida Bertioga em vários pontos, onde já caíram vários carros por conta da falta de manutenção e do assoreamento*** das margens.

Texto de: Diego M. Bueno
Fundador do projeto Eco-Várzea

Glossário .
* campesina: do campo, da zona rural.
** “in natura”: expressão utilizada para
classificar o esgoto sem tratamento,
ou seja, do jeito que está.
*** assoreamento: é a obstrução, por
sedimentos, areia ou detritos quaisquer,
de um
estuário, rio, ou canal.

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