quarta-feira, 23 de março de 2011

Várzea Paulista e o crescimento vertical: Isso é bom ou mau?

Estamos vivendo um momento único, trata-se do ‘boom imobiliário’ em todo o Brasil, todos querem a casa própria, o próprio apartamento, enfim, o seu próprio ‘lar doce lar’, e aproveitam do impulso governamental para conquistar este sonho, o projeto Minha Casa Minha Vida, que nada mais é do que um financiamento pelo banco Caixa Econômica, com seus subsídios compulsórios.
Crescimento acelerado: Construções de torres de apartamentos nas márgens do córrego Bertioga, ao fundo outro prédio em fase de acabamento foto: Diego Bueno
O povo induzido por tais vantagens, ou supostos benefícios, tem corrido atrás de suas moradias, por outro lado as empreiteiras e construtoras, antes desanimadas com a baixa procura, agora estão a todo vapor, correndo contra o tempo para entregar cada empreendimento! Cabe ressaltar que até a criatividade para os nomes dos seus empreendimentos está se esgotando, apelando até para nomes de plantações.

E como o Brasil todo está no ‘impulso do boom imobiliário’, não seria diferente o estado de São Paulo liderar o crescimento das habitações, e também não seria novidade alguma, Jundiaí ser uma das mais competitivas e melhor avaliadas no setor, em diversos bairros da cidade vê-se construções de prédios de apartamentos de todos os formatos e tamanhos, condomínios de casas, etc...
Como é de se esperar, sobrando poucas opções de espaço na cidade a procura por áreas nas cidades vizinhas, chegam por sua vez, em Várzea Paulista e daí vem a questão:

Várzea Paulista e o crescimento vertical: Isso é bom ou mau?
Eis o prisma!

Ao olharmos de um lado vemos que em se tratando de impacto ambiental o prédio de apartamentos nos traz muito menos destruição, pois sua construção é coletiva e não individual como um loteamento de casas, a ocupação de solo é menor, o consumo também é perceptivelmente menor num apartamento de 48, 50, 52 metros quadrados, lotado em prédios, do que comparado à uma casa solo e espalhada numa área de 125 ou 250 metros quadrados, veja que a área é pelo menos duas vezes menor. Sem contar é claro com a mudança de paisagem, a visão de prédios sempre nos remete à identidade de cidade grande e próspera, é bonito, nos enche de auto estima dizer que moramos perto de um prédio, mesmo que esse tenha apenas uns 4 ou 5 andares.

Por outro lado deste mesmo prisma, vejamos a problemática em Várzea, e vem a pergunta: A cidade está preparada? nossa estrutura física, econômica e ambiental é suficientemente adequada para suportar um ‘boom imobiliário’ desta proporção que vemos ao nosso redor? Teremos água para todos? Ruas e avenidas adequadas ao fluxo gradativo de veículos, o impacto de vizinhança foi levado em questão? Seguem uma porção de perguntas realistas e ‘pés no chão’, que nos deixa de certa forma mudos!

Olhando num passado próximo, já vivemos situação parecida, quando assistimos à explosão demográfica, de loteamentos populares, bairros inacabados, ruas encravadas em barrancos, uma cidade inteira de pouca estrutura, loteamentos mal feitos que nos deixaram com uma herança maldita de bairros sem asfalto, sem escolas, sem ao menos espaço público para a construção de bens e equipamentos públicos, vejam que quase não temos áreas verdes e praças, como vemos em Jundiaí e Campo Limpo com maior freqüência.

Tal explosão nos amarrou e puxou pra trás comparado à outros municípios, haja vista nossa arrecadação per capita, a menor da região. Isso dificulta qualquer que seja a ação do governo municipal.

Enfim, devemos nos preocupar com o futuro, pois o mesmo é feito de ações do presente, queremos crescer, mas com segurança, pois o crescimento nunca pode ser prejudicial.
Por isso indago às autoridades e à toda população: Várzea Paulista e o crescimento vertical: Isso é bom ou mal?

Fica a pergunta e sua reflexão...

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